O povinho adora restaurantes brasileiros. É um facto empiricamente comprovado.
Não sei se é da mistura de alimentos do mesmo grupo da roda alimentar (o arroz, o feijão preto e a batata frita), se é da música (a propósito: porque é que quando o músico/ animador de serviço canta aquela música do Quem é o gostosão daqui? são sempre os maiores trambolhos os que respondem: Sou eu, sou eu, sou eu!?), mas o certo é que há mesmo aqui um fenómeno de atracção curioso, digno de uma reflexão sociológica.
Sexta à noite fui a um jantar que teve lugar num restaurante desses. Aceitei ir por cortesia; cansada como ando, tudo o que me apetecia era ter vindo do trabalho directamente para casa, ter comido qualquer coisa e ter aterrado na cama, a ver televisão. Mas não, sou demasiado simpática para recusar e lá fui eu, fazer o frete.
Como se o meu asco face à culinária brasileira não fosse suficiente, ainda me tentaram arrastar para um comboio humano, que andou às voltinhas pelo restaurante. Já na minha anterior visita a um restaurante brasileiro, um empregado tinha tentado pegar-me ao colo e levar-me para o palco, dançar.
Para mim, chega! Querem contar com a minha presença nos vossos repastos? Pois escolham locais onde a carne se coma devidamente passada e onde os empregados limitem a interacção física com os clientes ao estritamente necessário. Estou farta de pagar para voltar para casa e correr para o frigorífico, faminta e com a sensação de ter sido devassada pelas mãos de algum brasileiro abusador!