domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cinzenta como o tempo


Oasis - Rockin' Chair
It's hard enough being alone
Sitting here by the phone
Waiting for my memories
To come and play.

It's hard enough sitting there
Rockin' in your rockin' chair
It's all too much for me to take
When you're not there.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

The Godmother


Não é suposto os afilhados serem coisinhas pequeninas e fofinhas que conseguimos pegar ao colo? Como é que é possível que a minha já faça hoje 14 anos, ah? Deve haver aqui algum engano, só pode...

Talvez numa próxima tempestade extratropical

Hoje já percorri mais de 100 km sob chuva e ventos fortes, daqueles que nos atiram para a faixa de rodagem do lado, num piso que cumpria praticamente todos os requisitos necessários para a prática de desportos subaquáticos. Ainda assim, não fui atingida por nenhum telhado errante, não vi animais de grande porte a voar à minha frente na autoestrada e não escapei tangencialmente à queda de nenhuma árvore. Estava plenamente convicta de que finalmente havia chegado o dia em que eu me congratularia por ter feito um seguro contra todos os riscos. Parece que ainda não foi hoje.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Já era tempo de alguém o reconhecer

Ponde as vistinhas nesta moçoila, que ela é que sabe! Pois não é que ela acha que os meus posts têm uma "escrita muito divertida"? E tenho a certezinha absoluta de que ela iria continuar a adjectivar o meu estilo literário com outros elogios/verdades insofismáveis, se não estivesse com tanta pressa no momento.

Houvesse mais gente assim, e a blogoesfera seria um lugar bem melhor...!

My chicken soup for the soul

O Magnum Coco Choc da Olá. São coisinhas boas como esta que ainda me vão dando algum alento (e uma forma ligeiramente mais redonda do que eu gostaria de ter).

Auto-comiseração

Febre todos os dias. Dores daquelas que só dão vontade de nos enroscarmos sobre nós mesmos, em posição fetal. Cansada. Farta de medicamentos e de tratamentos que nem sei se me vão mesmo curar; de exames, de análises; de ver mais vezes os "meus" médicos do que muitas das pessoas de quem gosto. Farta de fingir que está tudo bem, de ser optimista...

Sorte não é estar a conseguir a remissão; sorte seria nunca ter de passar por isto. E eu sei que amanhã me vou arrepender destas palavras, e vou achá-las um insulto para quem está a viver o mesmo que eu sem conseguir resultados tão positivos… Mas de vez em quando também tenho o direito de me sentir assim, revoltada, de pôr tudo em causa, de me insurgir contra o que a vida me reservou. Eu não merecia…

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A arte de bem usar gloss


Senhoras que por aqui passam, esclareçam-me esta dúvida existencial: vocês também ficam com os cabelos todos colados aos lábios quando usam gloss e andam pela rua?

Nos dias em que não há vento, até nem me costumo sair (muito) mal, mas infelizmente moro numa zona ventosa e o drama acaba por ser frequente. Eu bem me esforço para manter os sacanas dos cabelos longe da cara, mas eles lá acabam sempre por encontrar um caminho alternativo e por se fixarem na minha boca. Ou seja, para além de despenteada, fico com o cabelo todo pegajoso e com os lábios tão borratados como os de uma adolescente de 16 anos depois de passar o intervalo grande no marmelanço com o namorado.

Por favor, digam-me que eu não sou a única a quem isto acontece, antes que eu me convença irremediavelmente de que não nasci para pintar o beicinho!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Momento Lauro Dermio: Avatar


Bons efeitos especiais. Muito bons, até. Um mundo fantástico de cores para onde dá vontade de viajar. Não mais que isso, demasiada publicidade e mediatismo.

FAQ (a modos que):

- Era possível fazer o mesmo filme sem termos de sair do cinema com calos no rabo?
Sim, definitivamente, mas parece que o senhor James Cameron tem um problema qualquer com a técnica do resumo...

- Aquela moral da estória, de que a natureza vai sempre encontrar uma forma de repor a ordem e não sei mais o quê, já não tinha sido vista algures na sétima arte?
O quê?! Sacrilégio, insinuar uma coisa dessas! Trata-se de um conceito inteiramente inovador (not!).

- Ah, mas a língua inventada do povo de Pandora é de se lhe tirar o chapéu!
Nem mais. Porque, novamente, se trata de algo inédito, jamais visto. J. R. R. Tolkien? Nunca ouvi falar...

- E a banda sonora?
Mas que banda sonora? Aquela música rabeta da Alicia Keys que toca quando passam os créditos no final? Sinceramente, em 3 horas de filme, só me recordo de uma música, que era assim ao melhor estilo afro-tribal, algures entre a do trailer do Invictus e a que dá no início do Rei Leão. Lamento, mas tinha a visão sobreestimulada com tantas cores, é natural que não conseguisse concentrar-me devidamente na audição.

- Aconselha-se o filme?
Sim, essencialmente pelos efeitos especiais, que merecem ser vistos num écran de cinema. De resto, e apesar do que possa parecer, não achei que o filme estivesse mal. Achei apenas que não estava à altura da publicidade que lhe tem sido feita.

How nerd am I?


Estive a um pequeno passo de me inscrever num clube de xadrez. Só não o fiz porque a pessoa que ficou de me trazer a ficha de inscrição se esqueceu do meu pedido. Não insisti, interpretei essa falta de memória como uma intervenção divina no sentido de impedir o meu suicídio social.

Pecados Capitais - A Inveja


Eu é que não queria aquele telemóvel branco, duma marca que começa por "S" e termina em "G", que toda a gente na blogoesfera já tem. Coisa mais brega, andarem todas de aparelho igual...!*

*Confrontar com a fábula d'A Raposa e as Uvas, do La Fontaine.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pesadelos

Nada diz tanto sobre a qualidade dos nossos sonhos como o facto de acordarmos a meio da noite aos gritos. Tem sido cada um mais trágico que o outro, chego a ter medo de adormecer.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

(not so holly)Wood

Tenho passado o Inverno a ver as previsões meteorológicas e a invejar o clima da Madeira. Depois dos acontecimentos recentes, tão cedo não me volto a queixar do calor soviético que este ano se tem feito sentir por aqui.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Happy Birthday, Sis!


É assim todos os anos. Ela arregala aqueles olhos esverdeados e faz-se pequenina para me ouvir contar a mesma estória outra vez. De entre todas as versões, ela prefere a minha, de irmã mais velha. E e eu conto-lhe tudo o que me lembro daquele dia 20 de Fevereiro.

Devo ter acordado com o barulho. A prima crescida disse-me que o mano ia nascer e eu fiquei assustada. Pela porta semi-aberta, vi a mãe passar no corredor, agarrada ao pai e à tia. Foi daí que me pediu que rezasse por ela. E eu rezei para que ela voltasse rápido, para que não me deixasse com a prima por muito tempo.
Não me lembro de ter sido um dia diferente. Recordo-me do telefonema do pai, à hora de almoço, apenas para dizer que estava tudo a correr bem mas que o bebé ainda não tinha nascido. Já à noite, estava eu a fazer birra para não comer aquelas batatas estufadas, o telefone tocou outra vez. O pai queria falar comigo:

-"É uma menina!"
-"Sim, está bem, mas a Dina quer que eu coma batatas com piri-piri e eu não gosto!"
Aos 3 anos são estas as coisas que nos apoquentam.

No dia seguinte, vestiram-me um vestido bonito e levaram-me à maternidade. Às vezes custa-me acreditar que algum dia tenha sido pequenina como as crianças que vejo na rua, mas quando me lembro desse dia, em que nem conseguia chegar à janela do berçário para ver os bebés, sei que também eu já fui uma amostra de gente. O pai pegou em mim e apontou, dizendo que "a nossa" era aquela. Eram todos iguais. Só um pretinho vestido de branco sobressaía.

-"Esta?"- perguntei com o indicador voltado para o bebé cor-de-chocolate.
O pai riu muito e só depois de instruções mais precisas percebi que "a nossa" era aquela com a manchinha de sangue no nariz.

A mãe, dorida da cesariana, ainda não a tinha visto. Quando me perguntou pela mana, fui sincera:
-"É tão feia! Tem sangue no nariz, e é vermelha. Eu preferia o pretinho."

Assim que percebi que a senhora da cama ao lado tinha tido um menino, ainda tentei convencê-la a trocar connosco. Ela, muito prestável, disse que sim, que como já tinha um rapaz maior, trocava o pequeno por uma menina, mas por algum motivo o negócio não se concretizou e acabámos por levar para casa "a nossa", a que nos tinha calhado na rifa.
Foi uma pena, porque eu queria mesmo um irmão. Já tinha escolhido o nome: Rato Mickey. Sendo uma menina, teria de pensar melhor.

Para o resto da estória, não sou talvez a melhor narradora. Os outros dizem que eu me fechava no quarto quando o pai chegava a casa e lhe dava um beijo primeiro a ela, mas eu nunca me lembro de isso ter acontecido. Já da vez em que fugi para casa da tia a chorar, lembro-me bem. Eu queria pão com manteiga e a mãe estava ocupada a dar de mamar à pequena intrusa, por isso pediu-me para esperar um bocadinho. Esperar? Eu? Mas eu já cá estava antes dela chegar! Se alguém devia esperar, esse alguém era ela. E cheia deste orgulho que cresceu comigo, resolvi procurar uma família onde não me fizessem esperar pelo meu pão com manteiga.

E podia ficar aqui o resto da tarde a contar o que me lembro dos meses seguintes, dos anos que se foram passando, mas hoje tenho outras prioridades. Vou festejar o 23º aniversário da minha osguinha. Cresceu rápido, e tornou-se na melhor irmã do mundo. Encho-me de orgulho quando a vejo sair de casa, com os seus fatos impecavelmente engomados e o seu cabelo loiro sempre arranjado. Chamo-a de Barbie Economista e ela ri-se, a minha menina.
Hoje está de parabéns. E eu vou abraçá-la muito e preparar-me para lhe contar esta estória mais uma vez.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Antes isto do que a "It must have been love" dos Roxette

E enquanto este dia não chega, vai sendo esta a minha banda sonora. Pelo menos os The Cure patrocinam-me todos os moods e mais alguns.

The Cure - The End of The World

It's not my fault
You couldn't ever love me more
You couldn't love me more
You couldn't love...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Coisas de quem usa lentes de contacto

Hoje, tive de optar entre continuar com umas unhas lindas ou manter as duas vistas funcionais. Como as palas para os olhos não me favorecem, achei por bem cortar as unhas. Não se pode ter tudo...

Este blog apoia o curling

Do que mais gosto nos Jogos Olímpicos de Inverno? Das competições de curling, sem dúvida nenhuma. Não percebo muito bem porque é que uma coisa que mete vassouras/ esfregonas frenéticas foi elevada à categoria de desporto, mas gosto muito de ver. E tenho para mim que a D. Maria que nos limpa o prédio todos os dias, do rés-do-chão ao último andar, se iria sair muito bem nesta modalidade.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

F.C.Porto 2 - Arsenal 1

É oficial: hoje foi um bom dia. E eu nem vos conto tudo...

Yupi! Já somos um blog a sério!

Ai que o meu coraçãozinho não aguenta tanto orgulho! Não é que, finalmente, também já tenho aqui um comentador anónimo? Até que enfim! Blog que é blog tem de ter assim uma personagem, por isso creio que estamos perante um momento histórico aqui no estabelecimento.
O anónimo em causa (que a mim me parece que deve ser uma anónima) brindou-me com o seguinte dizer:

“Tu deves ser linda de morrer, ó cinderela-feiosa-k-não-tem-o-k-fazer....”

Estas carinhosas palavras vieram na sequência deste post, pelo que tenho fortes motivos para crer que a dita pessoa tenha enfiado a carapuça… Como já não tenho 5 anos, a minha resposta é só esta:

Querido(a) anónimo(a), por teres sido o(a) primeiro(a) pega-monstro aqui do perímetro, há um cabaz de Natal à tua espera. Por favor manda a tua morada para a gerência proceder ao seu envio!

Alguém tem aí 10 milhões de euros a mais?

E já que estamos numa onda musical, esqueçam lá as roupas, as jóias, os sapatos, os Bentleys, as penthouses em Manhattan e as ilhas privadas no Pacífico. Se eu tivesse 10 milhões de euros, eu comprava era o Abbey Road Studio, que sempre fez parte do meu imaginário. E seria muito, muito feliz.

É uma pena que a crise atinja estas proporções, a ponto da EMI se ver obrigada a abrir mão do seu mais histórico e lendário património, onde génios como os Beatles, os Oasis, os Radiohead ou os Pink Floyd gravaram alguns dos seus êxitos.
Já que não me parece provável que algum(a) de vós se chegue à frente e me ceda a verba necessária para o adquirir, esperemos ao menos que o novo proprietário o venha a estimar tanto quanto eu faria.

Brit Awards 2010

Fez-se justiça: Os Oasis levaram para casa o prémio de melhor álbum dos últimos 30 anos com o (What's the Story) Morning Glory?. Estou tão orgulhosa dos meus meninos!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Her name was Lola, she was a show girl

Não sei porquê, mas esta música hoje não me sai da cabeça. Vai daí, lembrei-me da fabulosa interpretação da Rachel, no casamento do Barry e da Mindy. Saudadinhas dos meus queridos Friends!

Freak show

É um bocado assustadora, a concentração de gente feia por metro quadrado na Primark do Parque Nascente.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Da gratidão e outros sentimentos nobres

Estava eu aqui a rabiscar um post com duras críticas a essa palhaçada que dá pelo nome de Carnaval, quando a ficha caiu: Espera lá... Então vou passar dois dias inteirinhos sem pôr os pés no trabalho e ainda assim considero a hipótese de cortar na casaca do responsável por tal benesse? Não foi essa a educação que os meus paizinhos me deram!

E pronto, como não sou gaja de cuspir no prato onde como, se por estes lados alguma coisa se disser sobre o Entrudo, será em tom elogioso, exclusivamente para enaltecer a sua importância e o seu impacto positivo na vida cultural do país.

Comunicado à clientela

Estimados fregueses,

A gerência deste blog vem por este meio assegurar-vos que, até ao momento, ainda não houve qualquer tentativa por parte de José Sócrates para controlar e/ou manipular a informação veículada neste espaço.

Lamentamos desde já se tal vier a acontecer, uma vez que a gerência possui gostos caros e não tem sorte no Euromilhões.

E o certo é que ainda respiro


Ora então aqui deixo os meus agradecimentos públicos à Enf.ª Catarina da linha Saúde 24. Não me disse explícitamente que aquilo não era mal de morrer, que era o que eu queria ouvir, mas pelo menos deixou-me mais descansadinha. Já é alguma coisa.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

E eu pergunto-me quem terá sido o génio que se lembrou desta

Parece que hoje também se comemora o Dia Europeu da Disfunção Eréctil. Que apropriado.

Do 14 de Fevereiro


Agora é fashion abominar o Dia dos Namorados. Não me perguntem porquê, que do alto da minha sapiência não tenho resposta, mas é uma daquelas modas que pegou, tal como a do sushi. As pessoas gostam do Dia da Mãe, do Dia do Pai, do Halloween, do Natal... Até são bem capazes este ano de ir fazer um piquenique no Dia da Árvore, que calha ao Domingo, mas ninguém parece nutrir um pingo de simpatia pelo Dia dos Namorados.
É certo que as montras estão aí cheias de corações vermelhos, que os hóteis e restaurantes se gabam de facturar imenso neste dia (coisa que de facto não se percebe, já que todos detestam esta data), mas a hipocrisia será um tema a tratar em sede mais oportuna, não me vou dispersar, nem alongar-me muito mais.

Bem, o que eu queria aqui dizer é que eu não vou em modas, que gosto muito deste dia e que não é por não ter um namorado com quem fazer coisinhas melosas que me vou armar em ressabiada. Claro que é uma data muito empolada pelo comércio, claro que é triste que um casal precise de uma desculpa para namorar, claro que em todas as relações devem existir outros marcos históricos a celebrar... Mas ainda assim, acho bem que se consagre um dia à paixão, ao amor. E não lamento nada não estar com todas aquelas pessoas de bom gosto que acham foleiro comemorar o 14 de Fevereiro.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Whatever Works

Um grande bem haja ao senhor Woody Allen por finalmente se ter livrado daquela sonsa da Scarlett Johansson. E outro pelo filme brilhante que realizou, com personagens tão fantásticas e com temas tão universais como o sentido da vida, a sorte, as convenções sociais e a felicidade para lá delas. Há muito que já não dava por tão bem empregue o dinheiro gasto num bilhete de cinema.

E há lá forma melhor de aliviar as nossas angústias existênciais do que mergulhando nas dos outros?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Crónicas da cadeira do dentista


Hoje tive a minha quarta primeira consulta de desvitalização de um dente. Nem sei bem o que isso significa, mas a dentista ficou espantadíssima porque "nem os cones de papel impregnados com não sei o quê", que ela cá pôs há duas semanas atrás, foram capazes de matar o meu adorado molar. Enquanto houver dor, não dá para avançar com o tratamento, pelo que estamos sempre a voltar ao mesmo, já há quatro consultas. Diz que se desta vez ele não ceder, só mesmo arrancando.
Apesar destas complicações, devo confessar que até sinto uma pontinha de orgulho no meu dente. É rijo, não se deixa abater por qualquer coisa, está disposto a dar luta. Vê-se logo que é meu, um dente assim!

Relativamente à hora de qualidade que lá passei... Por onde começar? A broca não me incomoda particularmente, ao contrário do aspirador de saliva. Odeio-o de morte, preferia babar-me tal e qual o cão do Pavlov do que ter aquele artefacto na minha boca, mas infelizmente nunca me dão a escolher. Desta vez não tive direito a anestesia, porque supostamente já não deveria doer, por isso não saí de lá com a boca de lado, ao melhor estilo Acidente Vascular Cerebral. Em compensação, dei uns pulos valentes na cadeira, de cada vez que a dentista me tocava num nervo. É o lado B de se ter um dente tão resistente...
Mas pior do que isso tudo, é o facto de eu nunca saber para onde direccionar o olhar enquanto estou ali deitada, de boca aberta, com a dentista debruçada sobre mim. Já experimentei olhar para ela, mas a inevitabilidade do olhar fixo e prolongado é capaz de parecer algo psicótico. Pelo contrário, o contacto ocular evitante pode levantar suspeitas acerca de uma perturbação do espectro autista, e isso também não é bom. Então e se fechar os olhos? Bem, se o fizer ela vai achar que eu estou tão descontraída que vai cortar na anestesia e torturar-me. Ou muito me engano, ou é impossível sairmos desta com graciosidade...

Alexander McQueen

O homem por detrás de criações tão fantásticas como estas, pôs ontem termo à vida, com apenas 40 anos e um futuro que se adivinhava brilhante:



Para a posteridade deixou também, nas mais recentes colecções, peças que em nada favorecem a anatomia humana, mas que ainda assim, valem como objectos de design:



Até sempre, Alexander McQueen!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Antecipando o dia de amanhã

De um dia que envolva uma dose de veneno, uma consulta no dentista e os desfiles de Carnaval das escolas e infantários, não se pode esperar nada de bom.

Crianças da minha cidade: ide fazer barulhinho para a porta do trabalho dos vossos paizinhos, pode ser? Afinal de contas, eles é que vos acham adoráveis com essas fatiotas pirosas da loja dos chineses.

Pais das crianças da minha cidade: aos 8 anos vestida de fada no cortejo do jardim-escola; aos 18, de mamas ao léu no Carnaval da Mealhada. Quem semeia ventos, colhe tempestades...

Não sou a única

Num curto espaço de tempo, a minha mãe ofereceu-me um anjinho-da-guarda e um trevo da sorte (este último acabadinho de desembrulhar) para a minha Pandora. Acho que não sou só eu que tenho receio de voltar a ver a minha vidinha a andar para trás.

A caminho de me tornar excêntrica


Ontem tornei-me um pouco mais cidadã deste nosso "jardim à beira-mar plantado": pela primeira vez na vida, alinhei numa dessas sociedades para jogar no Euromilhões. Se me orgulho disso? Nem por isso. Mas pelo menos faço parte de uma sociedade intelectualmente superior, em que antes de apostar numa chave múltipla, os elementos se reuniram e calcularam as probabilidades de sucesso das diferentes hipóteses disponíveis, mediante a verba arrecadada.

Ah pois, que isto se é para fazer, ao menos que seja com rigor e profissionalismo! Fora com os amadores!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Um bocadinho neurótica


Pode parecer estúpido, mas a vida ultimamente corre-me tão bem que não consigo deixar de pensar na desgracinha que se seguirá. Sim, porque comigo tem sido assim, umas atrás das outras. Se calhar sou eu que já não sei viver feliz, que não consigo desligar o complicómetro, mas este constante aperto no peito é corrosivo e nem me deixa saborear devidamente o que de bom a vida me tem dado. Vá alguém compreender-me!

Páginas onde viajo


E quase em vésperas do Dia dos Namorados, eis que começo a ler o Frankenstein, da Mary Shelley. Tinha outros livros à frente na lista de espera, mas resolvi perverter o sistema e dar prioridade a este. Pareceu-me adequado à época.

Muito adulta, eu!

Eu até posso beber Capri-Sonnes ao lanche, gostar de Nestum Mel e andar agora na fase Danoninho (Que foi? Tenho de me alimentar bem, e diz que aquela treta tem mais vitaminas e minerais do que um frasco inteiro de Centrum). Se me apanharem num dia bom, é bem possível que, num momento ou outro, me ouçam trautear a música da Rua Sésamo. Se espreitarem o meu histórico de navegação no Youtube, talvez ainda encontrem registos dos vídeos do Panda Tao-Tao, ou das Fábulas da Floresta Verde. Na minha casa-de-banho até pode haver um restinho da clássica água de colónia para bebés, da Johnson's ...

...Mas juro pela alma do meu falecido cágado que ainda nunca me passou pela cabeça acordar mais cedo para ver o Bob, o Construtor*!



*Soube hoje de um jovem, na casa dos 20 anos, que o faz.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Santa is dead


Eu e este meu dark and twisted humour ...

Hoje sinto-me (f)útil

A Geox, a título comemorativo da abertura da sua Flagship Store em Nova Iorque, lançou uma edição limitada de sapatos inspirados no edifício mais característico da cidade que nunca dorme. Daí resultam estes pumps lindos de viver, com o salto de 12 cm em titânio, esculpido à mão de acordo com a forma do Empire State Building, em dourado ou prateado, com brilhantes incrustados que representam as janelas da famosa torre.

Os meus preferidos são estes:


Mas há outros modelos, que não me importava igualmente de ter:




Escusado será dizer que a marca não abdicou da qualidade e conforto, e que também esta edição especial é fabricada com a sola de borracha impermeável e transpirável, tão característica da Geox.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades


Longe vão os tempos em que eu punha o meu melhor ar de vítima para contar à minha mãe que lhe tinha riscado o carro. Hoje os papéis inverteram-se e... Foi hilariante!

Eu também podia falar do trambolhão do Pedro Abrunhosa...

... mas isso era demasiado básico. Outros temas virão.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Porque é Sábado à noite, toca a remexer... Muito!

Lembram-se daquele shake que o Madagáscar foi buscar ao baú, aquele do "I like to move it, move it"? Então não deixem de ouvir a versão brasileira, "Eu me remexo muito". E preparem-se para umas boas gargalhadas.

Feitos a pensar em mim



Burberry Prorsum - Primavera 2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Maria chorona


É o que eu sou. Então a querida da médica vem ter comigo à sala de espera, diz-me, com um sorriso de orelha a orelha, que as notícias são as melhores possíveis, e eu desato a chorar ali mesmo, à frente de toda a gente, sem sequer esperar por entrar no consultório? Estou uma pieguinhas de primeira, é o que é! Pronto, só de escrever isto, cá está a lagrimazita a aparecer, novamente. É desta que arruino a minha imagem de durona!
E sabem o que é mais fofo nisto tudo? A minha mãe dizer que já não se sentia assim tão feliz desde que a minha irmã nasceu. Ou o abraço emocionado do meu pai, quando me disse que sempre soube que eu iria conseguir. Ou a mensagem da minha irmã, que mesmo longe está em festa comigo.

Mas não há que relaxar, ou cantar vitória antes do tempo. A primeira batalha está ganha, mas em princípio vamos continuar a guerra até ao fim deste ano, e mesmo que corra tudo sempre pelo melhor, só passado muitos meses é que poderemos falar em cura. E durante uns anos vai haver sempre o risco da doença voltar...

Ok, uma coisa de cada vez, que hoje não é dia para pensar demasiado. Para já, o melhor dos cenários confirmou-se e tenho de estar feliz por isso. Venha daí essa garrafa de Champomy (lei-seca por estes lados), que se hoje não for dia para brindar, não sei quando será.

Still in the game


Ainda há vida inteligente deste lado. Cada vez menos inteligente, é certo, mas continuo com um QI de 3 dígitos, que é mais do que muitos se podem gabar de ter. Para o caso de alguém ter sentido a minha falta, alego em minha defesa que este é, em muitos dias, o primeiro em que consegui ter forças para ligar o computador.
Parece que, ao fim de dois meses de tratamento, todo e qualquer efeito secundário descrito na bibliografia especializada, resolveu manifestar-se em mim. Ele é febre, ele é cansaço, ele é dores, alterações do sono, dificuldades de concentração... Não tenho, literalmente, podido com uma gata pelo rabo.
Mas nem tudo é mau: o meu cabelo continua cá, firme e hirto. E não tenho enjôos. E ainda respiro. E... Não, é mesmo isso.

Amanhã de manhã, logo pela fresquinha, há consulta. Vamos ver se as tropas enviadas estão a derrotar o inimigo, ou se estão apenas a dar cabo do campo de batalha (a.k.a. a minha pessoa). Yap, super-hiper-mega nervosa. Hoje, não dá para mais.