sábado, 4 de dezembro de 2010

A. L.

Foi hoje o funeral. Foram quase dois anos de luta, de avanços e recuos, de sofrimento e de esperança que terminaram com a derradeira vitória dessa maldita doença. Ninguém devia morrer aos 20 anos, com a vida toda pela frente. Ninguém devia receber um diagnóstico assim aos 18. E por muito que o meu coração se sensibilize com a dor daqueles pais, é a irmã quem mais me aflige. Porque eu não sou mãe, mas sou irmã e sei o que é crescer ao lado de alguém e amar essa pessoa até ao infinito. Alguém com quem brigamos e fazemos as pazes vezes sem conta; com quem partilhamos a genética, os brinquedos, os lanches, a roupa, todas as alegrias e todas as tristezas... Alguém com quem aprendemos e a quem ensinamos, que no essencial sente e pensa como nós... Uma companheira em todas as horas, uma cúmplice com quem comunicamos sem palavras, que conhece o nosso melhor e que não nos abandona nem no nosso pior.
A minha irmã é a minha pessoa e eu dava a vida por ela. E de longe, percebi que a relação daquelas duas miúdas era como a nossa. É por isso que hoje choro quem mal conheço.

9 comentários:

Neni disse...

Dou por mim nos funerais a chorar pelos meus pais e irmãos mesmo os tendo a todos, felizmente, bem de saúde. Sempre.

Gi disse...

Arrepiante!

D. disse...

Lamento :( É realmente muito triste e injusto!

Kika disse...

Lamento muito... Custa-me sempre tanto ler estas histórias e pensar que podia ser eu, um dos meus... E ver dores que ninguém nunca devia ter q sentir...

sam disse...

Lamento muito! é muito duro ver alguém partir tão novo :/

Suspiro do Norte disse...

Vá se lá entender a justiça da vida.. Insuperável.

GATA disse...

Não tenho palavras. Mas tenho um abraço (virtual) sentido. Turrinhas!

Rita disse...

Abraço! *

Olhos Dourados disse...

Vieram-me as lágrimas aos olhos a imaginar a situação, porque também tenho um irmão, dizem que somos quase gémeos, e eu não me imagino sem ele.