quarta-feira, 13 de maio de 2009

Depois da tempestade, a bonança

A minha irmã (sim, mais um post em que falo dela) é licenciada em Economia. Terminou o curso em Julho do ano passado, já com o tratado de Bolonha em vigor.
Vi o esforço que fez para acabar a licenciatura, dado que ainda tinha algumas cadeiras em atraso de anos anteriores. Estudou que se fartou, teve crises de nervos, andou com um humor insuportável, mas o trabalho valeu a pena. Eu sempre acreditei nela e não fiquei surpreendida, sei do que ela é capaz quando se envolve de corpo e alma num projecto.
Antes mesmo de ter concluído a licenciatura, por ser uma rapariga inteligente e perceber que um curso de três anos não lhe dava muita segurança, candidatou-se a um mestrado e conseguiu entrar, com a vaga condicionada ao término da licenciatura, claro está. Prova superada!

Depois de umas merecidas férias, em Setembro começou a procurar trabalho, uma vez que as aulas decorriam em horário pós-laboral e que tinha os dias inteiros por sua conta. Aí, iniciou uma saga igual à de tantos jovens recém-licenciados, igual àquela que eu própria enfrentei, não vai assim há tanto tempo.
Mas a minha irmã esforçava-se realmente. Nela, a máxima de que a procura de emprego é um trabalho a tempo inteiro, adequava-se na perfeição. Extremamente metódica, todos os dias dedicava umas horas valentes a perscrutar os cantos mais recônditos da Internet, a filtrar os anúncios da sua área, a enviar candidaturas... Foi a várias entrevistas, não sendo seleccionada pela falta de experiência. Mas como a haveria de ter, se ninguém parecia disposto a dar-lhe uma primeira oportunidade de a adquirir?

A sua rotina só foi quebrada quando a nossa mãe adoeceu. Durante esses meses, abandonou o mestrado, abandonou a procura de emprego, abandonou a sua própria vida para assumir o controlo do caos que se instalou por aqui. Não lhe faltou fazer nada: a mim, até a comida na boca me chegou a dar, num dia em que o desespero se apoderou do meu corpo de uma tal forma que nem me permitia respirar.
Tratou de mim e do nosso pai o melhor que pôde, mesmo passando os dias, as semanas e os meses no hospital, à cabeceira da nossa mãe. Era sempre a primeira visita a entrar e a última a sair, sendo na maioria dos dias "expulsa" pelo porteiro.
Não tenho dúvidas de que, se superámos esta fase, a ela o devemos.

Com as coisas a voltarem ao normal, em Abril retomou estas andanças da procura de emprego. E eis que ontem, a sua recompensa chegou: um trabalho na sua área de formação, com um salário bastante razoável, que lhe vai permitir continuar a investir no mestrado!
Não poderia estar mais orgulhosa da minha osguinha! Sou realmente uma irmã babada, emocionada, que desata em prantos nos momentos mais absurdos, por finalmente sentir que a vida nos está a voltar a sorrir!

1 comentário:

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Não pode ser tudo mau, a seguir a coisas más têm que vir obrigatoriamente as boas. A tua mana deve ser muito especial.
Olha pois cá estou no Porto, as pessoas são simpáticas, mas está a chover. Fui jantar ao BibóPorto sozinha. sinf snif
Beijinhos