sábado, 23 de janeiro de 2010

A "porradinha pedagógica"


Para mim, é muito difícil de compreender como é que, em pleno século XXI, ainda há professoras primárias (do primeiro ciclo, como agora se chamam) que aproveitam as reuniões de pais para pedir autorização aos encarregados de educação para dar uns açoites aos alunos. Ignorância minha, mas juro que pensei que esses procedimentos se tivessem extinguido nos anos 80.
Recentemente, contaram-me um caso assim e eu, mesmo não tendo grande ligação emocional com o menino em causa, fiquei cheia de vontade de ir a essa escola dizer das boas à dita senhora professora.

Sim, os putos podem ser muito irritantes. Sim, a maioria dos pais de hoje em dia demitem-se das suas funções, no que toca a impor limites e a ensinar aos filhos as regras básicas da boa educação. Sim, compreendo que estar em frente a um grupo de 20 e tal diabinhos que não respeitam a figura de autoridade que o professor é dentro da sala de aula, seja frustrante. Mas isso não justifica o recurso à violência.

Consigo entender que um pai possa perder o auto-controle e, de vez em quando, dar uma palmada ao filho. Não que seja para magoar, mas antes porque é uma forma imediata de marcar uma posição, de fazer a criança entender que o que fez não foi correcto, porque a vida agitada que temos nem sempre nos dá o discernimento necessário para pensar em outras estratégias.*
Vindo da parte de um professor, alguém que teve formação altamente especializada para lidar com crianças, alguém que está no desempenho de uma profissão, que está a ser remunerado pelo trabalho que está a desenvolver, todo e qualquer tipo de violência me soa a falta de profissionalismo. Até porque alguém que tira uma licenciatura na área do ensino, tem obrigação de dominar métodos e técnicas pedagógicas variados, que sejam uma alternativa viável às bofetadas a aos puxões de orelhas. Quando tal não acontece, eu chamo-lhe incompetência. Chamo-lhe abuso de poder. De desequilíbrio psicológico.

*Atenção: não estou com isto a defender os castigos físicos quando aplicados pelos pais, mas antes a afirmar que consigo compreender que, de vez em quando, os pais cheguem a este extremo.

5 comentários:

Blossom On A Tree disse...

A minha professora primária era "das antigas" e batia imenso nos alunos. Tinha colegas que todas as aulas apanhavam, ou porque não percebiam o que ela explicava (e aí levavam até dizer que percebiam), ou porque estavam a falar para o lado, ou porque estavam distraídos... Todo o motivo era válido para um cachaço ou um puxão de orelhas. A certa altura, já estávamos todos habituados a ver aqueles meninos a apanhar, já ninguém estranhava.
O curioso é que os pais dessas crianças não faziam nada e nenhuma delas foi muito longe nos estudos. Alguns pararam de estudar no 6º, 9º ano, após anos e anos a reprovar. Outros ainda estão no secundário. Enfim... Eu realmente não percebo como é que alguém consegue bater nos filhos dos outros, mas se tocassem num filho ou sobrinho meu a coisa não passava em branco.

Beijinho** :)

Pinkk Candy disse...

Eu sou contra essa método, que horror! Sempre pensei assim, e agora que sou mãe, continuo a pensar!

XOXO

C*inderela disse...

Eu acho que nem 8 nem 80. Sou contra a violência mas acho que umas palmadinhas dadas no momento certo não faz mal a ninguém. Hoje os pais livram-se das suas responsabilidades, não educam os seus filhos, fazem as vontadinhas todas para não aturar birras tornando-os em crianças mimadas e insuportáveis. Imagina o que é aturar uma turma como vinte e tal meninos assim! Eu não sei e gabo a paciência dos professores porque basta eles levanterem as vozes aos meninos para os pais 'quase' baterem nos professores. A minha mãe que está no meio educativo conta com cada história! Mas bater por terem acordado em dia 'não' também sou contra.

Bom fim de semana*

Pinkk Candy disse...

p.s: tenho a acrescentar que eu não levei 'palmadinhas' nem 'porradinha' em criança! PARA me porem na ordem não era necessário esse tipo de 'métodos' VIOLENTOS!!!

:)

XOXO

Tanita disse...

Na maior parte das vezes a formação dos professores não é a melhor e acho que há cada vez mais profesores, sem vocação para tal, e este é o inicio do problema!
Bj***