Só quem passa por elas é que sabe. A ansiedade, o nó na garganta, os nervos descontrolados... O medo. Será que volto para casa com boas notícias? Será que vou ouvir aquilo que não quero? E isto repete-se a cada exame, a cada consulta.
Dias e dias passados a ler sobre o assunto, a deitar contas às probabilidades que vêm descritas nos manuais e nos artigos científicos, que por melhores que sejam, nunca são suficientes. E as estórias dos outros, que tanto nos enchem de esperança como nos deixam desesperados; a hipervigilância em relação ao nosso corpo, a obsessão por cada pequena dor, por cada sintoma que surja. E o receio de falar deles aos médicos, aquela crença irracional de que quem procura acha, e de que se investigarem vão acabar por encontrar mais alguma coisa.
Há dias em que sou a super-mulher, mas hoje não é um deles. Falamos quando eu voltar.