Meus queridos:
A ver se aprendem de uma vez por todas como se faz, que isto de nos perguntarem se os nossos pais são ourives, para terem feito de nós as jóias que somos, é foleiro e só deve funcionar com um tipo de mulheres muito específico. A maioria de nós prefere uma coisa assim mais requintada, tipo este episódio que vivenciei e que aqui vos vou transcrever:
Rapaz praticamente desconhecido, com quem fui obrigada a fazer um trabalho de grupo: [ao fim de alguns minutos a conversar sobre a nossa área profissional] Fazes-me lembrar a minha orientadora de mestrado. Tens muitas expressões iguais às delas.
Cinderela: Vou tomar isso como um elogio.
Rapaz praticamente desconhecido, com quem fui obrigada a fazer um trabalho de grupo: E é mesmo para tomares. Ela é uma mulher muito charmosa...
Estão a ver? Fez uma comparação, é certo, mas foi a uma orientadora de mestrado, uma professora doutorada que exerce funções na Universidade de Coimbra, alguém que se pressupõe ser (minimamente) inteligente. E isto é completamente diferente de uma comparação com a vizinha do 1º Esquerdo, que a única coisa que faz na vida é ser boazona. Reparem ainda que a característica que ele salientou foi o charme, não foi a definição dos glúteos, ou o tamanho das glândulas mamárias.
É claro que fingi que não percebi e mudei de assunto de imediato, mas há que reconhecer mérito ao rapaz, porque de facto há já muito tempo que não recebia uma "cantada" tão subtil e com tanta classe.
Tomaram nota, meninos?