Acabo de vir da estação, onde fui deixar a minha irmã para a sua última semana de formação em Lisboa. Enquanto aguardávamos pelo comboio, a minha atenção centrou-se num jovem casalinho (18, 19 anos, no máximo) super fofo, daqueles que transparecem amor, com a pureza que só nessas idades os sentimentos conseguem ter. Iam-se despedindo aos poucos, como se assim custasse menos, mas com um sofrimento visível e enternecedor. Quando o embarque foi inadiável, ela colou a mão ao vidro da porta, como se o quisesse agarrar, enquanto o comboio os afastava. Ele, na plataforma, olhava-a com os olhos marejados, com um ar de cachorrinho abandonado que metia dó, enquanto a via ficar cada vez mais pequenina na distância. Ficou assim até deixar de a conseguir distinguir ao longe, retirando-se cabisbaixo e desamparado.
Senti pena deles, pela separação, mas ao mesmo tempo invejei-os tanto! No fundo, era só isto que eu queria: alguém a quem a minha ausência doesse, mas que, ainda assim, me desse segurança e força para partir, sabendo que, à chegada, o iria ter sempre de braços abertos para me receber.
Será pedir muito?
3 comentários:
Já fui a rapariga que escrevia longas cartas de amor, que chorava ao telefone e cujas despedidas no aeroporto eram um drama. ERa a viagem LX-PDL feita a chorar baba e ranho.
Já passaram uns belos anos...
Hoje já nada é o que era.
:) Sempre sonhei em ter alguém que me fosse buscar ou levar à estação de Combóio, mesmo que a minha viagem seja só de duas paragens...lol mas não se tem verificado. Melhores tempos virão...:)
Como eu também gostava!
Ou não fosse eu uma Gata Borralheira à espera de virar Cinderela.
Parece que aos 28 anos ainda acredito em contos de fadas...
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